sábado, 6 de junho de 2020

Vivemos uma realidade distópica?

De algum modo desde os eventos da Revolução Industrial, há indícios que a humanidade estar construindo uma nova realidade, a realidade distópica. Os indícios tornam-se mais claros ainda após o advento da I e II Guerra Mundial e o surgimento da bomba nuclear. Porém, para compreender minimamente o conceito de distopia é interessante apresentar outro conceito, o conceito de utopia.
Platão, em A República, apresenta e desenvolve em conjunto de seus interlocutores a idealização de uma cidade perfeita, ou seja, desde Platão e posteriormente a Platão  ideia de utopia já era discutida. Entretanto, é com o filósofo inglês Thomas More que o conceito de utopia ganha destaque, após as considerações de More sobre utopia há um consenso a respeito, consenso esse que é possível encontrar no debate contemporâneo.  Em 1516, é publicado o livro de More, Utopia, nele o pensador apresenta ao leitor uma ilha, onde habita uma sociedade perfeita, também é apresentado o cotidiano desta sociedade perfeita, a partir disso, More destaca a repercussão/consequência sobre a concretização de uma sociedade utópica. 
A parir destas colocações, conclui-se que utopia é um exercício mental, ou seja, a utopia é a idealização de uma sociedade/estilo de vida perfeita, consequentemente, é harmoniosa, deste modo, concluímos que o conceito de utopia esta diretamente relacionado ao pensamento político.
Já a definição de distopia é o inverso de utopia, ou seja, a distopia é a utopia que deu errado. Também é oportuno afirmar que a distopia está diretamente ligado aos avanços tecnológicos e os impactos da tecnologia na vida cotidiana, impactos esses que repercute na política. Além disso a distopia aborda a relação homem, máquina e o planeta Terra*. 
Uma realidade distópica pode ser caracterizada da seguinte maneira: regime governamental autoritário, avanço tecnológico exacerbado (chegando a um ponto de não haver uma distinção entre o real e virtual) e a depredação  do meio ambiente e etc. A partir dos pontos destacados sobre uma realidade distópica, chegamos a seguinte questão: a ficção tornou-se realidade? 
Tomando como ponto de partida os eventos da II Guerra Mundial e os eventos da Guerra Fria é legitimo afirmar que a humanidade esta se encaminhando para a concretização de uma realidade distópica e não existe meios que possam reverter tal cenário, talvez o mais próximo que a humanidade possa fazer é adiar a concretização desta realidade.
Para a realidade distópica tornar-se efetiva é necessário estabelecer relações efetivas com o aceleracionismo.
Ou seja, ao aceitar e continuar a viver um estilo de vida proporcionado pelo capitalismo, cabe a humanidade dois caminhos, I) Adiar o máximo que puder a catástrofe que esta por vir, embora, esteja apenas adiando o "fim"; II) Aceitar a catástrofe, ou seja, efetivar o aceleracionismo do capital, causando a própria extinção da humanidade.
A ficção distópica está próximo de tornar realidade cabe a humanidade (civilização ocidental) escolher como lidar com ela...



Para assistir (filmes):

Bacurau, 2019.
Blade Runner, 1982.
Brazil, 1985.
Dredd, 2012.
Ensaio sobre a Cegueira, 2008.
Expresso do Amanhã, 2013.
Filhos da Esperança, 2006.
Laranja Mecanica, 1971.
Mad Max: Estrada da Fúria, 2015.
Metrópolis, 1927.
Minority Report, 2005.
Planeta dos Macacos, 1968.

Para assistir (vídeos):


Para ler:

Aldous Huxley. Admirável Mundo Novo.
Anthony Burgess. Laranja Mecanica.
George Orwell. 1984.
George Orwell. A Revolução dos Bichos.
Kazuo Ishiguro. Não me Abandone Jamais.
Margaret Atwood. O Conto de Aia.
Philip K. Dick. O Homem do Castelo Alto
Ray Bradbury. Fahrenheit 451.
Yevgeny Zamyatin. Noz.
Warren Ellis & Darick Robertson. Transmetropolitan.

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