terça-feira, 2 de abril de 2024

Apocalipse zumbi e o Antropoceno: Um "relato" sobre o ensino de filosofia a partir da cultura pop

 Agradeço e dedico este relato de experiência (ensaio) aos estudantes do 1° A (matutino) do Colégio Estadual do Campo Alfredo Greipel Junior pelo interesse e engajamento nas aulas, também agradeço à Diretora Cleudane Andrade pelo apoio e incentivo. Este ensaio só foi possível através do meu contato com o trabalho magistral da filósofa curitibana Stefany Sohn Stettler (PUC-SP), agradeço pelas conversas enriquecedoras e instigantes.  
Para Tawana Tábata.

Resumo: Este ensaio procura apresentar algumas considerações sobre a experiência e o desafio do ensino de filosofia para o ensino básico na rede pública. Dentre as abordagens adotadas para atrair e instigar os estudantes em uma disciplina tida como obscura ou até mesmo abstrata recorremos à cultura pop. Uma das unidades ministradas no 2° trimestre no 1° ano do ensino médio, foi filosofia contemporânea e a crise ambiental. Para tornar a aula mais interessante, foi optado por discutir a partir de uma perspectiva filosófica sobre o tema, relacionando com a imagem do apocalipse zumbi e a sua relação com o problema do Antropoceno, promovida pela cultura pop.

Palavras-chave: Antropoceno; apocalipse; ensino de filosofia; filosofia contemporânea; zumbi

 

 Introdução
 


 

Este ensaio deve ser compreendido como um relato pessoal, sobre a minha experiência como docente de filosofia na rede pública estadual do Paraná na região metropolitana sul de Curitiba, localizada na cidade de Piên no bairro de Trigolândia, no Colégio Estadual do Campo Alfredo Greipel Junior durante o período letivo de 2023.

De certa maneira, vir para uma região consideravelmente afastada da capital possui o caráter de um retorno social, isto é, toda a minha educação básica foi realizada em uma escola pública do interior, curiosamente, tive a oportunidade de retornar como professor substituto de filosofia na escola na qual me formei.

Um dos vários desafios enfrentados por qualquer docente de qualquer área no ensino básico certamente está na metodologia de ensino, isto é, como transmitir o conhecimento em uma linguagem acessível para os estudantes secundaristas? Como engajar um jovem completamente desinteressado em uma área tida como abstrata, inútil ou até mesmo obscura? É possível transmitir o conhecimento filosófico em uma linguagem acessível sem perder as suas sutilezas? É possível ensinar a filosofar? (Marcondes, 2019, p. 8).

Para solucionar tais inquietações é a de encontrar alternativas, que neste caso foi a de conduzir as aulas a partir dos conhecimentos prévios que os estudantes já possuem, mais precisamente, trabalhar os problemas filosóficos a partir da cultura pop. Ou seja, os fenômenos, os produtos da cultura pop não são vistos como apenas instrumentos de alienação, mas também como uma ferramenta metodológica para o ensino de filosofia, na qual é denominada como filosofia pop[1]. Em poucas palavras, Márcia Tiburi apresenta uma possível definição sobre o que é filosofia pop:

Filosofia Pop é um modo de pensar filosófico, ou seja, um método, que se faz questionando a necessidade da nobreza das fontes. [...] Podemos dizer que a Filosofia Pop é a filosofia crítica da indústria cultural que assume o padrão de produção da cultura de nossa época para compreendê-lo (TIBURI, 2015, p.10).

No 2 trimestre do ano letivo, uma das unidades sugeridas para ser trabalhado com os estudantes do 1° ano, foi a disciplina de filosofia contemporânea, mais especificamente, seu diálogo com a crise climática. Como desenvolver tais temáticas com os estudantes que nunca tiveram contato ou, que não demonstram interesse por essa temática? Além dos desafios de rotina, me deparei com esse problema.

A solução metodológica encontrada foi aproximar o problema do Antropoceno com os conhecimentos prévios dos estudantes. Uma maneira de introduzir aos estudantes e conduzir as aulas voltadas a questão do Antropoceno foi utilizar a imagem apocalipse/pós-apocalipse zumbi, além do próprio entendimento que temos do zumbi.

Para desenvolver essa unidade, foi separada algumas aulas para preparar os estudantes, 2 aulas como introdução ao tema, 1 aula articulando a aproximação do tema com a cultura pop, 2 aulas apresentando uma possível aproximação do problema do Antropoceno a partir da nossa compreensão do apocalipse zumbi e da própria figura do zumbi. Neste ensaio iremos relatar a repercussão da metodologia utilizada para tais aulas.

 

O que é o Antropoceno?

 

A questão sobre o que é o Antropoceno não é um problema exclusivo da filosofia, é uma questão interdisciplinar e, carregada de nuances, e por isso, é de objeto de estudo das mais diversas áreas do conhecimento tais como: a antropologia, a economia, a filosofia, a geologia, a história, a política e assim por diante.

Originalmente o conceito de Antropoceno surge como uma demarcação de uma nova era geológica de Gaia[2]. Genericamente o conceito de Antropoceno pode ser compreendido da seguinte forma: O sucessor do Holoceno, isto é, o novo período geológico de Gaia, a palavra Antropoceno é oriunda do grego (ἄνθρωπος – antropo), humano e cenos, (novo) ou seja, é o período em que a intervenção (transformação) perpetrado pelo homem moderno sobre Gaia[3]. Os responsáveis por popularizar o termo nos círculos científicos foram a dupla Eugene F. Stoermer (1934-2012) e Paul J. Crutzen (1933-2021) no famoso artigo The Anthropocene (2000).

Segundo os cientistas, o antropoceno deve ser compreendido como a próxima era geológica em Gaia, a principal característica deste novo período geológico seria o progresso da técnica (tékne), da tecnociência causada pela espécie humana, ou seja, afirmar que ainda permanecemos no Holoceno não é mais o suficiente, satisfatório, além de ser problemático (cf. CRUTZEN, STOERMER, 2000, p. 17)[4].

O Antropoceno é uma era sincrônica à modernidade urbano-industrial. A Revolução Industrial e Energética que teve início na Europa no último quartel do século XVIII deu início ao uso generalizado de combustíveis fósseis e à produção em massa de mercadorias e meios de subsistência, possibilitando uma expansão exponencial das atividades antrópicas (ALVES, 2020).

O conceito de Antropoceno se insere no debate filosófico a partir de uma certa preocupação ambiental, isto é, a mudança climática e as catástrofes ambientais.

No Antropoceno, a humanidade danificou o equilíbrio homeostático existente em todas as áreas naturais. Alterou a química da atmosfera, promoveu a acidificação dos solos e das águas, poluiu rios, lagos e os oceanos, reduziu a disponibilidade de água potável, ultrapassou a capacidade de carga da Terra e está promovendo uma grande extinção em massa das espécies. O egoísmo, a gula e a ganância humana provocam danos irreparáveis e um ecocídio generalizado, que pode se transformar em suicídio (ALVES, 2020).

João Mendes (2020) chama a atenção para a transdisciplinaridade que o conceito de Antropoceno provoca nas demais áreas do conhecimento (MENDES, p. 76-77, 2020), o filósofo também menciona uma das principais contribuições da filosofia para as problemáticas do Antropoceno. Além da própria análise conceitual, o Antropoceno provoca uma reformulação em diversos aspectos, no campo da epistemologia, da ética e na ontologia.

Apocalipse zumbi e zumbis

 

O apocalipse zumbi é um dos cenários apocalíptico hipotéticos mais difundido na sociedade contemporânea, sobretudo, a partir da sua consolidação na cultura pop, longas-metragens e séries televisivas como Night of the living dead (1968), The walking dead (2010- 2022) e World war Z (2013) contribuíram para a consolidação do imaginário popular.

Stefany Sohn Stettler, em Aim for the head: Os zumbis do antropoceno (2022), apresenta uma possível genealogia do gênero apocalipse/pós-apocalipse zumbi na cultura pop. Segundo a filósofa, a figura do zumbi no cinema será estabelecida a partir do longa-metragem The White zombie (1932), estrelado pelo icônico ator húngaro Béla Lugosi (1882-1956).

A filósofa chama atenção para a maneira que o longa-metragem deve ser percebido, o exotismo dos costumes do povo caribenho, isto é, a cultura não eurocêntrica é subversiva e herética. “A fonte do terror deste filme está alicerçada no medo do ocidental de ser “colonizado por um pagão nativo.” (STETTLER, 2022, p. 27). Contudo, mesmo que The White zombie relacione a figura do zumbi como uma criatura fantasmagórica, alienante, é com o zumbi apresentado pelo diretor estadunidense George Andrew Romero (1940-2017) no longa Night of the living dead (1968) que a figura será consolidada na cultura pop e no imaginário popular, ou seja, é a partir deste filme que a figura do zumbi moderno (criaturas humanoides putrefatas moribundas, com uma fome insaciável de carne humana viva, comedores de cérebros).

 É com o lançamento do filme que será consolidado o conceito do zumbi moderno (curiosamente, para Romero, as suas criaturas estão mais próximas do ghoul da mitologia árabe), a consolidação do subgênero de terror do apocalipse zumbi, o longa irá repercutir como ter sido pioneiro em destacar o protagonismo de um personagem negro nos filmes de terror (cf. ENTREPLANOS, 2022).

            A partir da consolidação da figura do zumbi na cultura pop, isto é, uma entidade inumana, não-humana e não-mais-humana, pois, não se encaixa ao projeto de humano moderno, ou seja, o zumbi não se adequa ao cogito cartesiano[5]. Em outras palavras, o zumbi não possui e nem exerce a racionalidade.

            Através destas características conclui-se que o zumbi consolidado pela cultura pop é uma ótima metáfora para a condição de alienação causada pelo capitalismo e, para a condição de subalternização, isto é, se retomarmos a gênese do zumbi haitiano, o morto que retorna à vida para trabalhar incansavelmente para o senhor de engenho é uma clara alusão ao projeto colonialista (cf. STETTLER, 2022, p. 39-40).

            Embora a figura do zumbi seja suficiente para problematizarmos a modernidade e a contemporaneidade, gostaria de chamar a atenção para o cenário pós-apocalíptico. É possível refletirmos a partir do pós-apocalipse? Para dar continuidade nesta reflexão vale mencionar duas produções: a série televisiva The walking dead e o videogame The last of Us (2013), visto que ambos são ambientados em um cenário pós-apocalíptico. Por que há tanto interesse e até mesmo entusiasmo em discutir sobre o apocalipse?

            Para compreendermos este fenômeno é necessário ultrapassarmos as interpretações superficiais de determinados produtos[6]. Segundo Alec Opperman, o cenário distópico, o pós-apocalipse zumbi, nos permite refletir sobre a nossa própria sociedade, sobretudo a condição alienante em que a sociedade contemporânea se encontra, condição está que nos voluntariamos, talvez não haja uma alternativa a não ser a alienação plena (cf. WISECRACK, 2017).

            Amanda Firestone, professora de comunicação da Universidade de Tampa, propõe uma reflexão mais sofisticada a este respeito. Desde a antiguidade somos interessados pelo apocalipse, tais especulações podem ser encontrados nas mais diversas mitologias, na Epopeia de Gilgamesh, no dilúvio bíblico e nos trabalhos de Margaret Atwood. Para a pesquisadora, tal fixação acontece devido às complexidades que existem na sociedade, como as crises ambientais, crises econômicas, as desigualdades sociais, perseguições ideológicas, como tais características são aproveitadas pela indústria cinematográfica para reprogramar o imaginário da sociedade. No entanto, segundo a própria Firestone, o público não deve sucumbir a alienação e ao pessimismo que a indústria cultural proporciona, ao contrário, devemos nos apropriar para construir novas alternativas (FIRESTONE apud BEARDEN, 2020).

 

The walking dead

 

            A série televisiva é uma adaptação de uma série de quadrinhos do mesmo título, criados pelos artistas Robert Kirkman (roteiro) e Tony Moore (ilustração). A série televisiva é ambientada em um cenário pós-apocalíptico, isto é, o surto zumbi já aconteceu em escala global, o mundo que conhecíamos não existe mais, a origem do surto é desconhecida.       

            O xerife adjunto Rick Grimes desperta de seu coma, desperta com o hospital deserto, assim como parte da cidade de Cynthiana, em Kentucky. Momentos depois, Rick percebe que há algo de estranho, assim como se depara com um walker (em momento algum é mencionado a palavra zumbi na série). A partir deste encontro, Rick, sua família e outros sobreviventes irão lutar pela sobrevivência nas mais diversas condições.

            Ao decorrer das temporadas, The walking dead retoma diversas questões filosóficas, tais como: qual é o sentido da vida? Quais são os valores de uma vida? É possível viver sem Estado? Mesmo em um mundo pós-apocalíptico é necessária uma organização política (nos moldes que havia no passado como Estado de Direito, democracia) ou surgirá alguma nova alternativa? (cf. WISECRACK, 2017). Ainda neste sentido, William Irwin (2013), chama a atenção de como a série pode revisitar reflexões filosóficas pertinentes.

(...) The Walking dead obriga o espectador/leitor a confrontar seus valores mais arraigados e a se perguntar: ainda seríamos capazes de defender esses valores em um mundo assim? O que seria permitido fazer? O que seria proibido? Sobrou algum limite, no fim das contas? (IRWIN, 2013, p. 8).

Um tópico instigante que a série levanta é a figura de Rick Grimes e Shane Walsh, em condições normais, ambos seriam reconhecidos como agentes da lei, mas em um mundo pós-apocalíptico, a lei, o Status Quo, existe lei, ou entidades que possam executar a lei? Andrew Terjensen (2013), desenvolve algumas considerações.

Podemos ver a polícia essencialmente como mantedoras da paz. Nesse caso, policiais seriam vistos como médicos em um apocalipse zumbi: teriam certas habilidades e bastaria tê-las para ser considerado ocupante do cargo de policial. (...) Então, a única forma pela qual Rick e Shane ainda poderiam fazer parte da manutenção da ordem pública é se ainda houver leis serem aplicadas. (...) Existe lei em um mundo pós-apocalíptico repleto de zumbis famintos? (TERJENSEN, 2013, p. 76)

Ao decorrer das temporadas da série, o espectador é convidado a refletir sobre o papel da lei e da ordem em um mundo apocalíptico, o que fazer nesta nova realidade?  Como The walking dead é ambientada nos Estados Unidos, a reflexão ética (e do direito) será inspirado na jurisprudência estadunidense, mais especificamente no positivismo jurídico (cf. TERJENSEN, 2013, p. 78-80).

Através desta constatação, os filósofos John Austin (1911-1960), com a sua teoria do comando e o positivismo crítico de H. L. A. Hardt (1907-1992)[7] serão utilizados para desenvolver a reflexão sobre a ética e o direito proposto em The walking dead. Mesmo em uma realidade pós-apocalíptica é necessário haver algumas referências para que haver o mínimo de civilidade.

 

The last of Us

 

            The last of Us também é ambientado em um universo pós-apocalíptico, contudo, o surto é baseado em um fungo real: o Cordyceps[8]. Em rápidas palavras, o Cordyceps é um gênero de fungo, é também um endoparasita de artrópode, neste caso, este fungo parasita as formigas. A interação entre o endoparasita e as formigas será fundamental para a inovação para o gênero de zumbis tanto para o videogame quanto para a adaptação televisiva (FUNES, 2023).

            A origem e a infestação do vírus zumbi no universo de The last of Us ocorre através do contato com os esporos do fungo mencionado, semelhante com o que ocorre com as formigas, ao tomar contato com o organismo humano ocorre a transformação de zumbificação. A adaptação para a série televisiva toma a liberdade poética para chamar a atenção para o colapso ambiental (FUNES, 2023).

            No episódio piloto “When You're Lost in the Darkness” (Quando estiver perdido na escuridão), há menção sobre os perigos do ecocídio, da crise ambiental, isto é, se houver um descontrole sobre fungos parasitários sobre os artrópodes, a policrise, uma das principais características do Antropoceno será intensificado, infelizmente o alerta não foi o suficiente para desacelerar ou até mesmo buscar alguma alternativa para eliminar a catástrofe eminente. A catástrofe provocada pela espécie humana foi perpetrada. “É mais fácil imaginar o fim do mundo do que imaginar o fim do capitalismo.[9]

            Mesmo sendo considerado um produto da ficção científica, a série convida ao espectador refletir sobre a sua existência e a sua intervenção direta em Gaia, ou seja, mesmo sendo ambientado em um universo distópico, The last of Us deve ser interpretada como um alerta sobre o presente, de como a espécie humana deve ser responsável em relação da sua interação com Gaia, ou seja, o ideal de que o homem deve sobrepor a natureza em nome do progresso é um evento-fenômeno que repercute, embora que em um primeiro momento seja vantajoso, em médio e longo prazo, o progresso se transforma em catástrofe.

 

Conclusão

 

Este ensaio teve como objetivo de relatar a experiência de docência em filosofia para os estudantes secundaristas da rede pública do Estado do Paraná, mais especificamente na região interiorana do Estado.

            Como convidar os estudantes a reflexão? Como introduzir e apresentar para estes estudantes a importância de filosofia para uma compreensão mais aprofundada sobre a sociedade contemporânea, sobre o cotidiano, para a sofisticação do desenvolvimento do senso crítico, da nossa interação e intervenção com a realidade que estamos inseridos, seja no aspecto do micro ou do macro.

            Um dos desafios encontrados foi na maneira de como transmitir as teorias e reflexões proporcionadas na disciplina de filosofia, um modo de alcançar resultados positivos foi partir de alguns conhecimentos prévios que os estudantes possuem, ou seja, a metodologia utilizada para as aulas de filosofia foi perpetuada a partir da apropriação da cultura pop e subvertendo-a em exercício filosófico.

             Através da filosofia pop foi desenvolvida com os estudantes algumas reflexões, todas de caráter introdutória, relacionadas a contemporaneidade, mais especificamente, as problemáticas relacionadas ao período do Antropoceno e a sua repercussão sobre a sociedade a partir do imaginário distópico do apocalipse zumbi e a própria figura do zumbi no Antropoceno.

            Um dos objetivos obtidos através desta metodologia foi a de engajar os estudantes durante as aulas de filosofia, ou seja, as aulas não eram entediantes para os próprios estudantes, assim como proporcionou uma experiência positiva para o docente, além disso, ao longo do período letivo, foi observado que ao aproximar os fenômenos da cultura pop com a filosofia diversas passagens de algum filósofo ou algum conceito tornavam-se mais claros para o corpo discente. Desta maneira, constatamos que a filosofia pop, além de ser uma boa ferramenta metodológica para o ensino de filosofia, proporciona reflexões a partir dela mesma, isto é, a filosofia pop deve ser compreendida com uma subversão ao que é tido como consenso sobre a indústria cultural.

 

Referências

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WISECRACK. The philosophy of The walking dead – Wisecrack edition. 1 vídeo (20 min. 05 segs.), YouTube, 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Lt-paZAUKeQ. Acessado em 11 de novembro de 2023.

                       . The walking dead: why do we love the zombie apocalypse? – Wisecrack edition. 1 vídeo (9 min. 8 segs.), YouTube, 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=f2ugilZpmxk. Acessado em 11 de novembro de 2023.


[1] Neste momento, não iremos aprofundar sobre a relevância deste conceito para o ensino de filosofia ou até mesmo como problema filosófico, sugerimos as leituras de Feitosa (2021); Huss (2014); Sanches (2011) e Tiburi (2015).

[2] Neste ensaio, ao invés de usar a palavra Terra, substituirei por Gaia. Pois compreendemos que Gaia é um organismo vivo e não apenas um bioma que deve ser explorado. Para o aprofundamento do uso deste vocábulo, sugerimos a leitura de New World Encyclopedia (2008) e Instituto Humanitas Unisinos (2021).

[3] Sobre este tópico, assim como Omodeo (2021), partimos do pressuposto de que o antropoceno é resultado da consolidação do projeto baconiano.

[4] Posteriormente, o conceito será revisitado pelos cientistas, sobretudo, por Crutzen (2002), (2006).

[5] Além desta interpretação sobre o zumbi estar intrinsecamente relacionado ao Antropoceno, outra vertente filosófica irá reformular o conceito de zumbi da cultura pop, para a hipótese do zumbi filosófico, essa hipótese será relevante para o debate contemporâneo em filosofia da mente. Ver: Chalmers (1996), Kirk (2023), Leal-Toledo (2009) e Teixeira (1997).

[6] Embora que este relato de experiência tenha se debruçado sobre a figura do pós-apocalipse e ao zumbi e sua relação com o Antropoceno, é pertinente chamar a atenção que como longas-metragens e jogos eletrônicos são fundamentais para compreendermos outro flagelo da contemporaneidade a partir de uma perspectiva apocalíptica, a pandemia de COVID-19. Ver: McGuirk e Zukowska (2022) e Stettler (2021).

[7] Sugerimos a leitura de Carvalho Neto (2017) e Kozick; Pugliese (2017).

[8] Aos interessados em compreender a diversidade entre as espécies deste fungo e como ganhou notoriedade na cultura pop sugerimos a leitura de Araújo et. al (2020).

[9] A autoria sobre esta célebre proposição é dada para os filósofos Fredric Jameson e Slavoj Zizek, não se sabe em que momento tal proposição foi formulada, a frase recebeu notoriedade através da importante contribuição que o filósofo britânico Mark Fisher (1968-2017) com a formulação e sistematização da sua reflexão sobre o realismo capitalista.

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