sábado, 20 de abril de 2024

Scifi e a filosofia: Sobre o ensino de filosofia da ciência a partir da ficção científica

 Este "relato" é resultado de algumas aulas de filosofia da ciência ministrada para os estudantes do 3° ano do período noturno do Colégio Estadual Frederico Guilherme Giese, durante 2° trimestre do ano letivo de 2023, meus agradecimentos aos estudantes.
Para Tawana Tábata.

RESUMO: Este ensaio procura apresentar algumas considerações sobre a experiência pessoal e profissional sobre o desafio do ensino de filosofia para o ensino básico da rede pública. Dentre as abordagens adotadas para atrair e instigar os estudantes em uma disciplina tida como obscura ou até mesmo abstrata, recorremos à cultura pop. No 3° ano do ensino médio, tanto no 1 quanto no 2 trimestre do ensino médio em sua totalidade foram voltadas a filosofia da ciência.  

Buscando proporcionar aulas mais interessantes para os discentes e para o docente, em diversos momentos foram utilizados alguns longas-metragens do gênero de ficção científica. Neste momento, destacamos os resultados obtidos em sala de aula a partir da exibição do filme Ex Machina (2015), dirigido e roteirizado por Alex Garland.

 Palavras-chave: Ensino de filosofia; ficção científica; filosofia da mente; inteligência artificial. 

Introdução

            Este ensaio deve ser compreendido como um relato pessoal, sobre a minha experiência como docente de filosofia na rede pública estadual do Paraná na região metropolitana Sul de Curitiba, no município de Piên. No Colégio Estadual Frederico Guilherme Giese, localizado no centro da cidade e no Colégio Estadual do Campo Alfredo Greipel Junior, localizado no bairro de Trigolândia durante o período letivo de 2023.

            Um dos vários desafios enfrentados por qualquer docente de qualquer área no ensino básico certamente está na metodologia de ensino, isto é, como transmitir o conhecimento em uma linguagem acessível para os estudantes secundaristas? Como engajar um jovem completamente desinteressado em uma área é tida como abstrata, obscura ou até mesmo inútil? É possível transmitir o conhecimento filosófico em uma linguagem acessível sem perder as suas sutilezas? É possível ensinar a filosofar? (MARCONDES, 2019, p. 8).

            Por mais que se pressupõem que estudantes do último ano do ensino médio já possua alguns conhecimentos prévios ou que conheça minimamente alguns conceitos filosóficos como anarquismo epistemológico, ceticismo, empirismo, epistemologia (teoria do conhecimento), paradigma científico, racionalismo, teoria da falseabilidade ou que saibam distinguir uma teoria científica (teoria da evolução darwiniana) da pseudociência (design inteligente ou criacionismo), nem sempre o que é idealizado pelo docente é a realidade em sala de aula.

            Na tentativa de preencher algumas lacunas na formação destes estudantes houve a tentativa de apresentar e aprofundar alguns tópicos relacionados a filosofia da ciência a partir da cultura pop, sobretudo a partir do audiovisual, como longas-metragens, animação ou algum episódio de alguma série, ou seja, além de tornar as aulas mais interessantes e instigantes para os estudantes, os conteúdos produzidos pela indústria cultural foram convertidos em ponto de partida para as discussões filosóficas, filosofia pop. Nas palavras da filósofa brasileira Márcia Tiburi, a filosofia pop[1] pode ser compreendida da seguinte maneira:

Filosofia Pop é um modo de pensar filosófico, ou seja, um método, que se faz questionando a necessidade da nobreza das fontes. [...] Podemos dizer que a Filosofia Pop é a filosofia crítica da indústria cultural que assume o padrão de produção da cultura de nossa época para compreendê-lo (TIBURI, 2015, p.10).

Após algumas aulas de introdução à filosofia da ciência e alguns temas relacionados a ciência contemporânea, foi exibido o longa-metragem Ex Machina, o longa foi selecionado pelo seguinte motivo: o entusiasmo e preocupação da repercussão de alguns temas relacionados à inteligência artificial (IA), tais como o ChatGPT, a utilização da imagem de personalidades falecidas pela IA, o suposto desenvolvimento de consciência do cérebro artificial do Google, LaMDA (Language Model for Dialogue Applications – Modelo de Linguagem para Aplicação de Diálogo)[2] (PANCINI, 2022).

Para dar continuidade no relato de experiência propriamente dito iremos apresentar o diálogo entre o gênero de ficção científica e a filosofia, como essa interação pode ser interessante como recurso pedagógico em filosofia, a condução da aula após a exibição do longa-metragem e a sua repercussão.

 

Ficção científica e a filosofia

 

            O gênero de ficção científica pode ser tomado como um campo fértil para a reflexão filosófica, pois além da especulação entre a interação entre o progresso científico e sociedade, também proporciona algumas reflexões de caráter ético-político, sobretudo através do subgênero da utopia e distopias.

Obras como Frankenstein (1818), de Mary Shelley (1797-1851), Viagem ao centro da Terra (1864), de Júlio Verne (1828-1905), 1984 (1949), de George Orwell (1903-1950) são algumas das obras de notoriedade deste gênero[3].

Desta maneira, é possível que o progresso científico está relacionado, na maioria dos casos não intencionalmente, com a ficção científica. O filósofo brasileiro Alexey Dodsworth irá afirmar que as previsões feitas pela ficção científica são meras especulações, que diversos escritores (alguns deles também eram cientistas), como Arthur C. Clarke (1917-2008), Isaak Asimov (1920-1992) e Robert A, Heinley (1907-1988) sobre como a humanidade estaria no futuro, alguns destes escritores, como Clarke era otimista em relação ao progresso científico e o uso que a humanidade faria dela (CASA DO SABER, 2020).  O filósofo também chama a atenção para a simbiose entre o real e o virtual, através da computação ubíqua, que ganha notoriedade através da obra Ubik (1968), escrito pelo icônico Philip K. Dick (1928-1998) (CASA DO SABER, 2020). Tal tecnologia será imprescindível para os entusiastas do pós-humanismo (cf. PLOMINSKI, 2021, p. 89).

A intersecção entre a ficção científica e a ciência (ou tópicos relacionados à ciência) podem ser promissoras no espaço escolar, além de incentivar a curiosidade dos estudantes em relação ao tema. Angélica Colombo, destaca como o gênero cinematográfico de ficção científica é relevante para ilustrar alguns fenômenos que ocorrem na física, e de como tais fenômenos são percebidos e compreendidos pelos estudantes (COLOMBO, 2018, p. 99).

Já no âmbito da filosofia propriamente dito, Caroline Murr, também relata algumas das suas experiências como docente de filosofia o diálogo entre a ciência, ficção científica (literatura clássica) com temas filosóficos, como ética na ciência, liberdade, paradigma científico e revolução científica (MURR, 2017, p. 5-6)[4].

Ainda neste sentido, destacamos a importância da coletânea de livros The Blackwell philosophy and pop culture, coordenada por William Irwin. Por ora, destacamos os livros Terminator and philosophy (2009) e Matrix: bem-vindo ao deserto do real (2005). Ambos os textos são voltados para o público em geral, isto é, devem ser compreendidos como uma coletânea de textos que introduzem o leitor em alguns problemas clássicos da filosofia.

Outro livro que também busca refletir filosoficamente a partir de alguns longas-metragens de ficção científica, nos seus mais variados temas é o livro Science fiction and philosophy: from time travel to superintelligence (2016), organizada pela filósofa Susan Schneider. Este livro é composto por diversos textos acadêmicos, a partir desta constatação compreende-se que o diálogo entre além de promissora é incentivada. É neste contexto que filósofos contemporâneos como David Chalmers e Nick Bostrom irão repercutir para além do espaço acadêmico.

Inspirado pelo filme The Matrix (1999) e na metafísica cartesiana, Chalmers irá reformular a hipótese do cérebro numa cuba, desenvolvendo uma hipótese de que já estamos inseridos na matrix e de que ela é uma entidade metafísica. Já Nick Bostrom irá apresentar a célebre e controversa hipótese da simulação. Na próxima seção iremos apresentar alguns aspectos filosóficos possíveis que há em Ex Machina.

 

Ex Machina

           


O que distingue o ser humano de uma inteligência artificial? Quais são as implicações para a humanidade se a inteligência artificial superar o seu criador? Essas são as premissas que perpassam o longa-metragem.

            Já no início da narrativa somos apresentados ao jovem programador Caleb que trabalha para a poderosa Bluebook[5], uma empresa semelhante ao Google, o jovem programador é convidado para passar alguns dias hospedado na casa do CEO da empresa, o recluso e excêntrico Nathan. Ao se instalar na casa de seu anfitrião e concordar em manter sigilo sobre o que será revelado ao jovem programador, Nathan revela o seu mais recente projeto (secreto), a criação de um robô humanoide, dotado de inteligência artificial, Ava.

            Nathan revela que Caleb deverá aplicar o teste de Turing em Ava, entretanto, há uma controversa nesta aplicação, tanto Caleb quanto a própria Ava sabem que é uma inteligência artificial. Ao longo da interação entre o jovem programador e a inteligência artificial, tanto a interação e a motivação da criação de inteligências artificiais humanoides e a ambiguidade ética de Nathan começam a ser expostas.

            Como mencionado, o longa-metragem proporciona ao espectador diversas reflexões, nas mais variadas posições filosóficas neste momento, chamamos a atenção para algumas reflexões a respeito da IA.                   

            O que nos distingue como espécie humana das demais espécies? Alguns dirão que é o uso da razão, ou seja, a consciência. Além do problema sobre a definição do que é a consciência humana propriamente, já há estudos que apontam que há diferentes tipos de consciência, além disso, outras espécies e demais organismos vivos também possuem algum grau de consciência (cf. FILOSOFIA ACADEMICA, 2021).

Dando continuidade na análise fílmica, de algum modo Nathan conseguiu desenvolver uma tecnologia para a sua IA, supostamente, Ava possui senciência, além disso, possui conhecimento da sua condição como uma IA humanoide. Para saber se Ava realmente possui uma consciência semelhante ou superior à de seu criador, Nathan pede a Caleb aplicar o Teste de Turing em Ava.

            O célebre e influente teste será mencionado pela primeira vez no artigo I - Computing machinery and intelligence, publicado na revista Mind (1950), de Alan Turing (1912-1954). Curiosamente, em nenhum momento do artigo há menção à palavra teste, ao invés da palavra teste, Turing utiliza o termo “jogo de imitação”.

            O Teste de Turing pode ser descrito da seguinte maneira: três jogadores, jogador A (humano), jogador B (IA) e jogador C (humano), os três jogadores estão em um mesmo ambiente, porém, estão separados, ou seja, não há contato visual ou físico entre eles. Através da interação entre os jogadores A e B, o jogador C terá que discernir quem é o humano propriamente dito e quem é a IA.

            Através deste teste hipotético, Alan Turing retoma uma inquietação do ser humano, o que nos distingue das demais espécies? Será que é realmente possível distinguir uma IA de um humano? Uma IA consegue se passar por um humano? É possível que a IA supere o seu criador (engenheiro )?[6]

            Tanto o longa-metragem, quanto o artigo de Turing retomam as questões mencionadas. Por mais que o debate sobre progresso no campo da IA e a sua repercussão na sociedade tecnocientífica esteja em alta, ainda não está esclarecido que a inteligência artificial superou ou até mesmo transcendeu a inteligência orgânica, ou seja, uma postura cética e tecnofóbicos não é a das mais adequadas.

            Talvez o mais interessante sobre este debate seja como a IA pode contribuir para compreendermos melhor a natureza da consciência humana ou até mesmo os limites do que compreendemos como consciência humana. Talvez o que diferencia uma consciência orgânica (humana) de uma inteligência artificial seja mais do que o funcionamento de neurotransmissores e sinapses.

 

Conclusão

 

Este ensaio teve como objetivo relatar a experiência de docência em filosofia para os estudantes secundaristas da rede pública do Estado do Paraná, mais especificamente na região interiorana do Estado.

            Como convidar os estudantes à reflexão? Como introduzir e apresentar para estes estudantes a importância da filosofia para uma compreensão mais aprofundada sobre a sociedade contemporânea, sobre o cotidiano, para a sofisticação do desenvolvimento do senso crítico, da nossa interação e intervenção com a realidade que estamos inseridos, seja no aspecto do micro ou do macro.

            Um dos desafios encontrados foi na maneira de como transmitir as teorias e reflexões proporcionadas na disciplina de filosofia, um modo de alcançar resultados positivos foi partir de alguns conhecimentos prévios que os estudantes possuem, ou seja, a metodologia utilizada para as aulas de filosofia foi perpetuada a partir da apropriação da cultura pop e subvertendo-a em exercício filosófico.

            A partir do diálogo entre cultura pop, mais especificamente, a ficção científica e a filosofia, percebe-se que as aulas de filosofia se tornaram populares entre os estudantes, ou seja, havia entusiasmo e reflexão e intervenção dos estudantes durante as aulas de filosofia ministradas durante o ano letivo de 2023.

Um dos objetivos obtidos através desta metodologia foi a de engajar os estudantes durante as aulas de filosofia, ou seja, as aulas não eram entediantes para os próprios estudantes, assim como proporcionou uma experiência positiva para o docente, além disso, ao longo do período letivo, foi observado que ao aproximar os fenômenos da cultura pop com a filosofia diversas passagens de algum filósofo ou algum conceito tornavam-se mais claros para o corpo discente. Desta maneira, constatamos que a filosofia pop além de ser uma boa ferramenta metodológica para o ensino de filosofia, proporciona reflexões a partir dela mesma, isto é, a filosofia pop deve ser compreendida com uma subversão ao que é tido como consenso sobre a indústria cultural.

Através da metodologia adotada afirmamos que a partir das análises fílmicas, a disciplina e os conteúdos tidos como filosóficos deixavam de ser abstratos. Ao selecionar Ex-Machina, após apresentar alguns problemas clássicos da filosofia e o debate contemporâneo, sobretudo, na sociedade na qual estamos inseridas, também foi apresentado a relevância da construção de um debate interdisciplinar, ou seja, para compreendermos a consciência humana, para compreendermos o desenvolvimento das IAs, campos como ciência da computação, a ciência cognitiva, a filosofia da mente, a linguística computacional e a neurociência são fundamentais para compreendermos a complexidades sobre a possibilidade do aprimoramento do cérebro humano através do uso de certos recursos artificiais (brain enhaced artificially), (RI, 2020) e o desenvolvimento e a repercussão teórica e aplicada das IAs na contemporaneidade.

 

Referências

 

BRANDÃO, Rodrigo. “Filosofia e imaginação no sonho, de Kepler, e nos Diálogos sobre a pluralidade de mundos, de Fontenelle.” Cadernos espinosanos, n. 42, p. 93-123, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2020.171649. Acessado em 7 de dezembro de 2023.

BOSTROM, Nick. Superinteligência. Traduzido por Aurélio Antônio Monteiro, Clemente Gentil Penna, Fabiana Geremias Monteiro e Patrícia Ramos Geremias. Rio de Janeiro: Ed. DarkSide Books, 2018.

BOSTROM, Nick; CIRKOVIC, Milan. (Eds.). Global catastrophic risks. Oxford: Oxford university press, 2008.

BROWN, Richard.; DECKER, Kevin. (Eds.). Terminator and philosophy. New Jersey: John Wiley & Sons, Inc. 2009.

CASA DO SABER. Quando a ficção científica vira realidade – Alexey Dodsworth. 1 vídeo (10min. 2 segs.), YouTube, 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Vr3X4jBVyAE. Acessado em 7 de dezembro de 2023.

CENTRAL PANDORA. A ficção científica deve ser realista? – A diferença entre hard e soft sci-fi. 1 vídeo (12min. 40 segs.), YouTube, 2023. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JIJ-ryDJdiQ&t=1s. Acessado em 7 de dezembro de 2023.

COLOMBO, Angélica Antonechen. “Ficção científica e sua contribuição para a história da ciência: as possibilidades didáticas do cinema.” Scientia Tec, v. 5, n. 2, p. 92-107, 2018. Disponível em:  https://doi.org/10.35819/scientiatec.v5i2.2412. Acessado em 11 de dezembro de 2023.

EX-MACHINA: Instinto artificial. (Longa-metragem). Produção de Alex Garland. Reino Unido: Universal Pictures, 2015 (108min.).

FANTASTICURSOS. A origem da ficção científica. (O que é ficção científica #1).  1 vídeo (13min. 14segs.), YouTube, 2017a. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BikbZFuW3GI&t=709s. Acessado em 7 de dezembro de 2023.

                      . O que é ficção científica? #3 A origem da ficção científica. 1 vídeo (12min. 56segs.), YouTube, 2017b. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=g3syT3Z14Ro. Acessado em 7 de dezembro de 2023.

FEITOSA, Charles. “As raízes clássicas da filosofia pop:  prolegômenos para outras histórias da filosofia.” Revista Helius, v. 4, n. 1, p. 1-21, 2021. Disponível em: https://helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/258. Acessado em 6 de dezembro de 2023.

FILOSOFIA ACADEMICA. O que é a consciência? Por Nara Figueiredo, filosofia da mente. 1 vídeo (7min. 48segs.), YouTube, 2021.Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=f0ql-cO3wUk&t=390s. Acessado em 8 de dezembro de 2023.

GONÇALVES, Bernardo. Machines will think: structure and interpretation of Alan Turing's imitation game. 2021. Tese (Doutorado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.11606/T.8.2021.tde-10062021-173217. Acessado em 12 de dezembro de 2023.

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SCHNEIDER, Susan. (Eds.). Science fiction and philosophy: from time travel to superintelligence. Second edition. Oxford: John Wiley & Sons, Inc. 2016.

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TIBURI, Marcia. “A filosofia pop.” Revista SESCTV, n. 104, p. 10, 2015. Disponível em: https://portal.sescsp.org.br/online/artigo/9496_A+FILOSOFIA+POP.  Acessado em 6 de dezembro de 2023.

TURING, Alan. I – “Computing machinery and intelligence.” Mind, V. LIX, issue 236, p. 433-460, 1950. Disponível em: https://doi.org/10.1093/mind/LIX.236.433. Acessado em 11 de dezembro de 2023.


[1] Neste momento, não iremos aprofundar sobre a relevância deste conceito para o ensino de filosofia ou até mesmo como problema filosófico. Destacamos que o conceito de filosofia pop continua sendo desenvolvido, no âmbito nacional, o filósofo Charles Feitosa é creditado como um dos pioneiros a mencionar o conceito, para os interessados neste tópico sugerimos a leitura de Feitosa (2021), Irwin (2007), Sanches (2011) e Tiburi (2015).

[2] Embora as notícias oficiais sobre LaMDA ter adquirido consciência seja falsa, o filósofo sueco Nick Bostrom tem chamado atenção sobre as implicações da existência de uma superinteligência artificial para a humanidade. Ver Bostrom (2018), Bostrom e Cirkovik (2008).

[3] Ainda sobre a gênese do gênero, autores como Alexander Meireles da Silva (2017a), (2017b) e Rodrigo Brandão (2020), cada um através da perspectiva da literatura e da filosofia irá chamar a atenção para o período anterior da consolidação do gênero, ou até mesmo antes do gênero surgir.

Também chamamos a atenção para uma distinção relevante dentro da ficção científica que é a distinção entre ficção científica hard (descrição realista/precisa da ciência) e a ficção científica soft (a ciência não é ponto principal, mas sim a complexidade dos personagens ou da própria narrativa) (CENTRAL PANDORA, 2023).

[4] Chamamos a atenção para a importância do artigo de Caroline Murr, pois além de relatar a sua experiência pessoal como docente universitária, neste texto a filósofa também relata a aproximação entre o público não acadêmico (a maioria deles estudantes secundaristas) e com o público acadêmico (MURR, 2017, p. 5-7). Ainda sobre o ensino de filosofia no ensino básico, sobretudo, o ensino de filosofia da ciência no 3 ano do ensino médio, destacamos o trabalho monográfico de Ana Carolina Amaral da Silva (2018), na qual relata a sua experiência a partir de uma leitura e interpretação possível a partir da obra de Frankenstein.

[5] O nome da empresa é uma referência ao título da obra (1933-1934) do filósofo austríaco-britânico Ludwig Wittgenstein (1889-1951), obra fundamental para compreender a transição do posicionamento do filósofo sobre a sua filosofia da linguagem, é nesta obra que Wittgenstein irá apresentar a sua teoria dos jogos, que será aprimorada em outra obra, Investigações filosóficas (1953).

[6] Como o intuito deste ensaio é apenas de descrever a repercussão da experiência metodológica no ensino de filosofia no ensino básico, para os interessados em se aprofundar na reflexão proposta pelo célebre cientista, sugerimos a leitura de Turing (1950). Ainda sobre a repercussão das elucidações de Turing no campo filosófico, destacamos os trabalhos recentes do filósofo brasileiro Bernardo Gonçalves, ver Gonçalves (2021), Lógica viva (2023) e Ppglm/UFRJ (2023). Em cada uma das sugestões o filósofo irá apresentar a repercussão do texto de Turing na comunidade acadêmica, científica e filosófica de seu período e a sua influência na contemporaneidade. O filósofo também chama atenção para as alterações que Turing fez após a recepção de seu texto nas comunidades já mencionadas, assim como o filósofo também destaca sobre as possíveis leituras que o texto de Turing propõe, desde questões metafísicas sobre o que é a mente (consciência), biologia, gênero e uma possível contribuição (crítica) ao debate pós-humanista.