Esta aula tem como objetivo apresentar de maneira panorâmica um tema contemporâneo relacionado a temática étnica-racial. A escolha de abordar este tema se dá pela possibilidade de ser tema de redação e por ser questão de filosofia da primeira fase do vestibular da UFPR deste ano.
Autores: Angela Davis; Carolina Maria de Jesus (1914-1977); Djamila Ribeiro; Frantz Fanon (1925-1961); Lélia Gonzalez (1935-1994); Silvio de Almeida; Sojouner Thruth (1797-1883) e etc...
O conceito de decolonial pode ser entendido como um conjunto de teorias que visam questionar o eurocentrismo e a concepção de colonialidade, este conjunto de teorias ganham notoriedade a partir das décadas de 1960 e 1970. A título de exemplo mencionamos, o semiólogo argentino Mignolo e o sociólogo peruano Aníbal Quijano (192-2018). Sendo assim, percebemos que a teoria decolonial ganha notoriedade na América Latina, também chamamos a atenção de que o conhecimento ancestral, oriundo dos povos originários e da população negra africana são de grande relevância para o desenvolvimento do pensamento decolonial.
O pós-colonialismo, por sua vez, também questiona o eurocentrismo e a sua repercussão nas periferias do capitalismo, países considerados como de terceiro mundo. Mencionamos a título de exemplo a filósofa indiana Gayatri Spivak, o filósofo e psiquiatra martinicano Frantz Fanon (1925-1961), a antropóloga e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935-1994) e etc...
Sendo assim, percebemos que perguntas como “Quem pode falar?” “Quem é ouvido?” “Quem possui conhecimento?” “O que é projeto civilizatório?” são fundamentais para conhecermos essas teorias reflexivas.
A partir desta série de perguntas, podemos elaborar uma nova pergunta: Qual é a importância do feminismo para essas teorias, que tipo de feminismo a teoria decolonial/pós-colonial aborda?
Para responder essa pergunta, destacamos o feminismo negro, mais especificamente o feminismo negro no Brasil a partir da concepção de lugar de fala, conceito elaborada pela filósofa e jornalista Djamila Ribeiro.
Em rápidas palavras podemos afirmar que o feminismo negro recebe notoriedade a partir da década de 1950, 1960 a partir da segunda onda feminista e do intenso e violento sobre os direitos humanos nos EUA, ativistas como Angela Davis, Rosa Parks (1913-2005) foram fundamentais.
No Brasil, devido a falta de interesse de uma reparação histórica, o debate e a reivindicação do movimento negro é mais acirrada. Ainda sobre o movimento negro no Brasil destacamos os seguintes nomes: Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro, Lélia Gonzalez (1935-1994) e Sueli Carneiro.
O conceito de lugar de fala pode ser entendido como o momento em que os grupos marginalizados começam a questionar os discursos, neste caso podemos recorrer ao seguinte exemplo: “quando falamos de emancipação feminina, de que mulher estamos falando?”
Percebemos que o lugar de fala proposta por Djamila Ribeiro, nos convida a refletir sobre o plural, a refletir um modo de existência mais democrático.
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