Nos últimos tempos temos experienciados diversas catástrofes ambientais, talvez seja pertinente que interpretarmos tais fenômenos como uma reação de Gaia, isto é, Gaia está reagindo contra o projeto baconiano (progresso tecnocientífico).
Embora que em um primeiro momento este pequeno texto possa parecer que possua um posicionamento tecnofóbico, não é esta a intenção. Compreendemos que o progresso tecnocientífico é inevitável, além de impulsionar (acelerar) o capitalismo. Contudo, vale a pena questionar quais são as consequências deste progresso, até onde a espécie humana está disposta a continuar a violar Gaia e se negar a perceber as consequências desta violação?
Como está explícito, partimos do pressuposto de que Gaia é um organismo vivo, e que nós humanos, assim como outros povos (não-humanos inumanos) coabitamos em Gaia, talvez, a espécie humana seja semelhante a espécie parasita (porque não semelhante ao zumbi de The last of Us?), e como consequência dessa parasitagem seja o antropoceno.
Em rápidas palavras, o antropoceno pode ser compreendido como o novo estágio da Era geológica de Gaia, a Era humana, as suas características são: I) o progresso tecnológico/tecnocientífico (revoluções industriais), II) o crescimento da espécie humana e III) o aumento exponencial do consumo dos recursos naturais de Gaia.
Uma das consequências desta aceleração da intervenção (parasitagem) da espécie humana em Gaia são as crises ambientais. Ainda há grupos negacionista/revisionistas que se negam a aceitar que tais fenômenos sejam resultado deste projeto de devastação. Devastação essa que é acompanhado por uma sistematização de assassinatos contra os povos originários, além da destruição da própria fauna e flora.
Fenômenos como a intensificação do El niño e o próprio advento da pandemia da COVID-19 podem ser considerados como um alerta ou a maneira que Gaia encontrou para combater a violência que provocamos nela.
Por que ainda há essa insistência em negar a catástrofe ambiental, por que não há interesse em encontrar possíveis alternativas?
Uma possível resposta é que a economia esteja presa em paradigmas ultrapassados, tais como combustíveis fósseis, indústria madeireira, indústria mineira etc. A partir deste diagnóstico também é possível que a economia capitalista não é tão adepta a inovação quanto afirma ser.
Alternativas como o Green deal, a construção verde ou até mesmo o ecossocialismo possam servir como um bom ponto de partida para possíveis alternativas para desacelerar o fim da espécie parasitária humanoide.
"É mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo" (F. Jameson ou S. Zizek).
Sugestões de leitura
Déborah Danowski & Eduardo Viveiros de Castro. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins.
Luiz Marques. Capitalismo e colapso ambiental.
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Não olhe para cima.
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